Ao ponderar a mudança para a Ferrari entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, Lewis Hamilton considerou não apenas o aspecto esportivo, mas também o risco de racismo na Itália. Embora tenha admitido a preocupação inicial em entrevista à revista Time, afirmou não se intimidar. Hamilton lembrou que, frequentemente, uma minoria ruidosa distorce a percepção geral.
Coincidentemente, pesquisas divulgadas na Itália durante aquele período apontaram o aumento do racismo no esporte, com foco no futebol. Um levantamento indicou que 16% dos italianos toleravam atos racistas contra jogadores negros. O próprio Hamilton já havia relatado tais incidentes no kart, tanto na Itália quanto no Reino Unido. Seu ex-treinador de kart, Dino Chiesa, corroborou esses relatos em entrevista ao Gazetta dello Sport, atribuindo-os à ignorância da época.
Hamilton, único piloto negro da Fórmula 1 e defensor da diversidade no automobilismo, fundou a Mission 44 para promover a inclusão. Ao trocar a Mercedes, com seu ambiente mais diverso, pela Ferrari, ele viu a oportunidade de continuar sua luta, mesmo reconhecendo as diferenças socioculturais e o clima político pós-eleições nos EUA. Hamilton afirmou à Time que se concentraria em promover a diversidade em seu próprio ambiente.
A decisão de Hamilton foi complexa. Após receber uma ligação de Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari, no final de 2024, Hamilton precisou refletir longamente antes de aceitar a proposta, apesar de ter renovado recentemente com a Mercedes.
A imprensa noticiou que o acordo com a Ferrari incluía investimentos na Mission 44. Recentemente, funcionários negros da Ferrari foram vistos junto a Hamilton, gerando reações positivas nas redes sociais. Vasseur, enquanto prioriza a busca pelos títulos, confirmou o apoio da equipe à causa da diversidade.
Hamilton estreia pela Ferrari no GP da Austrália, em 16 de março, marcando o início da temporada 2025 da F1.
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