Após um empate de 2 a 2 com o Flamengo, o Vitória encerrou sua participação no Brasileirão 2024 com saldo positivo. Apesar do início turbulento, o clube alcançou seus principais objetivos: permanência na Série A e vaga na Sul-Americana.
A campanha vitoriana deve ser analisada considerando o retorno do clube à elite após cinco anos de ausência. Nesse período, a realidade financeira do campeonato mudou drasticamente, com investimentos recordes em SAFs. O Vitória, com orçamento limitado, sentiu o impacto dessa nova realidade, evidenciado por uma sequência inicial de oito jogos sem vitória.
A diretoria rubro-negra, porém, agiu com coragem ao substituir Léo Condé por Thiago Carpini. A mudança, vista com desconfiança por alguns, foi crucial para a reação do time. Carpini reformulou o elenco e implementou um novo estilo de jogo, colhendo resultados positivos. Dos 16 jogadores que iniciaram o campeonato, apenas sete permaneceram na reta final. A reformulação, embora tardia, foi eficiente, com os seis reforços contratados na segunda janela se tornando peças-chave.
A arrancada vitoriana, com vitórias em confrontos diretos, consolidou a permanência na 36ª rodada. A vaga na Sul-Americana veio na sequência. A equipe, que só venceu pela primeira vez na nona rodada, terminou o campeonato com a melhor atuação, contra o Flamengo.
Os erros iniciais na montagem do elenco comprometeram parte da campanha. A capacidade de reação demonstrada, contudo, não pode ser a regra. O Vitória precisa de um planejamento mais eficiente para 2025, evitando reformulações drásticas durante a competição. O clube possui um treinador competente, capaz de implementar mudanças. A chave para o sucesso futuro reside em realizar essas mudanças no momento oportuno: a pré-temporada.
Vitória estreou na Série A com derrota para o Palmeiras, no Barradão, em encontro de campeões das Séries A e B — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória