A Arábia Saudita investe no futebol feminino, e uma treinadora brasileira lidera a mudança
A Arábia Saudita, conhecida por seus investimentos no futebol masculino, agora mira o desenvolvimento do esporte feminino, com a Copa do Mundo de 2035 como objetivo. A treinadora brasileira Lindsay Camila, que deixou o Bahia para treinar o Al-Ittihad, clube de Karim Benzema, representa essa nova era.
A contratação de Lindsay faz parte da profissionalização do futebol feminino saudita, que teve seu primeiro campeonato em 2020. Até 2018, as mulheres eram proibidas de entrar em estádios.
O historiador Ricardo Carvalho explica que o interesse econômico impulsiona a flexibilização das leis sauditas, com o país buscando diversificar sua economia além do petróleo. O esporte, incluindo a Fórmula 1, o futebol masculino e agora o feminino, desempenha um papel nesse processo.
Lindsay, com experiência em clubes brasileiros e estrangeiros, busca construir um futebol feminino forte na Arábia Saudita. O Al-Ittihad, com jogadoras estrangeiras de peso, busca desbancar o Al-Nassr, atual campeão da Women’s Premier League.
O desenvolvimento do futebol feminino na Arábia Saudita ainda é incipiente, com muitas jogadoras iniciando no esporte após os 20 anos. No entanto, o investimento em infraestrutura e treinamento é evidente.
A cultura saudita, com suas raízes no século VI, ainda apresenta desafios para as mulheres, apesar de algumas mudanças recentes. Lindsay relata ter experimentado o choque cultural, sendo observada por sua vestimenta. A homossexualidade também é proibida, o que gerou controvérsia com a chegada do jogador Henderson, ex-Liverpool, ao Al-Ettifaq.
Apesar dos obstáculos, o futebol feminino na Arábia Saudita está em ascensão, com Lindsay e outras mulheres liderando essa transformação. O futuro é incerto, mas o caminho passa pelo esporte.
Lindsay Camila em entrevista virtual com o ge durante pré-temporada na Espanha — Foto: Reprodução / ge