Após 22 anos, a Ford retorna à F1 como fornecedora de unidades de potência, enfrentando desafios inéditos na parceria com a RBR para a próxima temporada. A fabricante americana está otimista com o progresso do projeto, iniciado há cerca de dois anos e meio, visando a nova era da categoria.
Inicialmente focada na eletrificação, a contribuição da Ford se expandiu para o desenvolvimento em tempo real. Peças são fabricadas e enviadas diariamente de Dearborn para testes em Milton Keynes (sede da RBR). Esse processo está testando a equipe, os processos e as instalações da Ford, impulsionando a empresa a realizar atividades inéditas, aprendendo e cumprindo novos requisitos, segundo Mark Rushbrook, diretor de performance.
A Ford substitui a Honda, que colaborará com a Aston Martin a partir de 2026. A parceria com a RBR e a equipe RB vai até 2030 e se baseia na estrutura pré-existente da RB Powertrains, unidade da RBR para desenvolvimento de motores.
A fábrica de motores da RBR já exibe a marca da Ford e trabalha para a introdução do novo regulamento de motores em 2026.
Para o próximo ano, a GM ingressará como a 11ª equipe, um novo Pacto da Concórdia será firmado e um novo regulamento técnico promete mudanças nos carros. Discussões sobre o retorno dos motores V10 foram descartadas até 2029.
O cenário tem gerado divergências entre Toto Wolff (Mercedes) e Christian Horner (RBR). Wolff questiona mudanças no regulamento de 2026, sugerindo confiança no projeto da equipe alemã. Rushbrook pondera que é impossível saber quem está à frente no desenvolvimento.
O projeto da Ford inclui um motor elétrico de 350 kW e um novo motor de combustão para combustíveis sustentáveis. A Ford oferece expertise em áreas como célula de bateria e softwares para análise e controle da unidade de potência.
Segundo Rushbrook, a parceria se fortalece a cada dia, com contribuições para o desenvolvimento do motor de combustão interna (ICE) e componentes elétricos. A Ford conta com a experiência de veteranos e a inovação de novos talentos. O motor para 2026 foi desenvolvido praticamente do zero, com testes focados em potência e confiabilidade.
A Ford iniciou sua trajetória na F1 na década de 1960, destacando-se em parceria com a Cosworth, conquistando dez títulos de construtores e 13 de pilotos. Marcas como Brabham, Lotus, McLaren, Williams, Stewart e Jaguar também utilizaram motores da Ford.