Aposta suspeita na Série D levanta alerta de manipulação

A Polícia Federal interceptou mensagens que expõem um esquema de manipulação de resultados na Série D do Campeonato Brasileiro. Um grupo investiu R$ 250 mil na Patrocinense (MG) para fraudar partidas, beneficiando apostadores. O esquema, descoberto pela PF, gerou prejuízos aos investidores e suspeitas de traição por parte de atletas aliciados.

Em outubro, a PF concluiu a manipulação do jogo Inter de Limeira x Patrocinense. Apostadores sabiam antecipadamente que a Patrocinense perderia o primeiro tempo por, pelo menos, dois gols – resultado final: 3 a 0 para a Inter, com os três gols no primeiro tempo.

Seis pessoas foram indiciadas: o gestor Anderson Ibrahim Rocha, o treinador Estevam Soares, o possível investidor Marcos Vinicius, o auxiliar Rodolfo Santos, e os atletas Felipe Gama e Richard Sant Clair.

A Patrocinense, com problemas financeiros, havia desistido do Campeonato Mineiro e, posteriormente, firmou parceria com a agência AIR Golden, de Rocha, que prometera investimentos. A investigação revelou que a parceria visava a manipulação de jogos. Buscas e apreensões em junho encontraram evidências nas conversas de Rocha, revelando insatisfação dos apostadores, suspeitas de traição e ameaças a jogadores.

Mensagens mostram Rocha negociando o esquema com um empresário ucraniano, oferecendo “12 atletas confiáveis”. Após uma derrota para o Pouso Alegre, suspeitas de manipulação surgiram na imprensa. Mensagens de Estevam Soares demonstram preocupação e desconforto com a situação. Conversa com o ex-jogador Thiago Ribeiro revela que o gol contra de Richard Sant Clair foi proposital. Estevam foi demitido dois dias após a partida contra a Inter de Limeira.

Rocha admitiu o investimento de R$ 250 mil, relatando prejuízos e falta de pagamento aos envolvidos. Mensagens com seu auxiliar, Rodolfo, revelam planos de ameaçar e agredir atletas suspeitos de traição.

A AIR Golden permaneceu na gestão da Patrocinense por mais um mês após a derrota para o Pouso Alegre. Os envolvidos negaram participação no esquema, exceto Rocha que, em depoimento à CPI do Senado, atribuiu os gols a erros técnicos. A Inter de Limeira e a Patrocinense colaboraram com as investigações.

Anderson Ibrahin Rocha, ex-gestor de futebol da Patrocinense — Foto: Whashington Prates

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