Em fevereiro, a notícia de que Lewis Hamilton se juntaria à Ferrari em 2025 abalou o mundo da F1. Após 12 anos na Mercedes, o heptacampeão deixou a equipe, encerrando uma parceria de sucesso e uma relação com Toto Wolff, chefe da equipe, que evoluiu ao longo dos anos.
No livro “Inside Mercedes F1”, Wolff revela como recebeu a decisão de Hamilton. O dirigente admite ter considerado a “vida útil” do piloto, que chegará aos 40 anos em Maranello. “Gostei da situação. Isso evita ter que dizer ao piloto mais icônico do esporte que queremos que ele pare”, afirmou Wolff.
As últimas negociações de contrato entre Hamilton e a Mercedes se tornaram cada vez mais demoradas. Na atual temporada, Hamilton ocupa a 7ª posição no campeonato e tem sido superado por seu companheiro de equipe, George Russell. O heptacampeão decidiu então ativar uma cláusula de liberação para realizar o sonho de infância de correr pela Ferrari.
Wolff explica: “Há uma razão pela qual assinamos apenas um contrato de 1 + 1. Estamos em um esporte onde a agudeza cognitiva é crucial, e acredito que todos têm um prazo de validade”.
Apesar de se sentir aliviado por evitar uma conversa constrangedora sobre a aposentadoria de Hamilton, Wolff admite que a decisão o deixou em uma situação difícil no mercado de pilotos. Diversos nomes se candidataram à vaga na equipe de Brackley, que acabou optando por promover o jovem italiano Andrea Kimi Antonelli, de apenas 18 anos.
“Também não me deu tempo de reagir. Tive que fazer uma ligação de emergência para nossos parceiros, e possivelmente perdi a oportunidade de negociar com outros pilotos que assinaram contratos algumas semanas antes, como Charles Leclerc e Lando Norris”, explica Wolff.
A decisão de Hamilton de se juntar à Ferrari antes mesmo do início da temporada causou um grande impacto no mercado de pilotos. Wolff confessa ter sido pego de surpresa pela escolha de Hamilton. “Eu sabia que Lewis iria. Só não entendia por que ele mudaria de equipe antes de sabermos se seríamos competitivos”, revelou.
Hamilton e a Mercedes disputarão mais três corridas juntos antes de encerrarem um dos capítulos mais vitoriosos da história da F1. A dupla conquistou 82 vitórias, seis títulos de pilotos e oito de construtores. Para a próxima temporada, a equipe confirmou George Russell e o estreante Andrea Kimi Antonelli como seus pilotos.
Toto Wolff, chefe da Mercedes, no GP dos EUA da F1 2024 — Foto: Jared C. Tilton/Getty Images