O Atlético-MG enfrenta risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro apesar dos títulos estadual e vice-campeonatos na Copa do Brasil e Libertadores. Diversos fatores contribuíram para essa situação.
Um elenco curto, sobrecarregado por quatro competições simultâneas, foi crucial. A perda de jogadores para a Copa América e lesões evidenciou a falta de profundidade do plantel, obrigando a contratações de reforços como Alonso, Lyanco e Deyverson durante a temporada. Erros de planejamento da diretoria e da SAF também contribuíram. O alto número de empates (14) demonstra a dificuldade em converter jogos em vitórias.
O desempenho contra adversários diretos na luta contra o rebaixamento é alarmante. Dos 11 jogos contra os seis piores times, o Atlético venceu apenas três, empatou quatro e perdeu quatro, com um aproveitamento de 39%. Nos últimos dez jogos do Brasileirão, o Galo conquistou apenas sete pontos de 30 possíveis, o pior desempenho entre os times na parte de baixo da tabela.
A priorização das copas em detrimento do Brasileirão também teve consequências. A utilização de times reservas e a preservação de titulares resultaram em perda de pontos, transformando a busca por uma vaga no G-8 em luta contra a queda. A sequência de nove jogos sem vitória (cinco derrotas e quatro empates) reflete essa escolha.
A defesa fragilizada é outro ponto crítico. Com 54 gols sofridos em 37 jogos, o Galo tem a quinta pior defesa do campeonato, bem diferente dos 32 gols sofridos em toda a temporada anterior.
Por fim, o fator psicológico também pesa. A sequência negativa, as finais perdidas e a saída do técnico Gabriel Milito abalaram o elenco. A equipe, antes elogiada pelo futebol apresentado, demonstra fragilidade e falta de repertório ofensivo.
Hulk, do Atlético-MG, lamenta chance perdida em jogo com o Flamengo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF