Nos últimos dois anos, o Bahia ascendeu no cenário do Campeonato Brasileiro, transformando a luta contra o rebaixamento em ambições de vaga na Libertadores, feito inédito em sua história. Essa mudança de patamar envolve a gestão do futebol pelo Grupo City e a chegada do técnico Rogério Ceni.
Contratado em setembro de 2023, Ceni já figura entre os técnicos com mais jogos no clube. O progresso em campo eleva as expectativas da torcida, que almeja títulos de maior relevância. Ceni reconhece o caminho a ser percorrido.
“Os jogadores levaram o Bahia adiante, com dedicação e propósito. Somos parte do processo, contribuindo com ideias de jogo. A execução é deles. O Bahia avança para se tornar o maior e melhor de sua história”, declarou Ceni.
Sob o comando de Ceni, o Bahia evoluiu de uma fuga do rebaixamento em 2023 para o vice-campeonato baiano, semifinal da Copa do Nordeste, quartas de final da Copa do Brasil e o oitavo lugar no Campeonato Brasileiro em 2024. Em 2025, conquistou o título baiano, disputou a fase de grupos da Libertadores, obteve a melhor campanha na primeira fase da Copa do Nordeste e alcançou as oitavas de final da Copa do Brasil, além de ocupar a quinta posição no Brasileirão.
O desafio de Ceni é manter o nível em quatro competições simultâneas: Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul Americana. Apesar de uma queda de rendimento em 2024, o time garantiu vaga na Libertadores.
Em entrevista, Ceni abordou diversos temas, incluindo o aproveitamento da base, os planos para um novo centro de treinamento, a paixão pela profissão, seus gostos musicais e o tênis.
Questionado sobre as expectativas para o segundo semestre, Ceni ressaltou a dificuldade do período, com jogos eliminatórios em várias competições e a necessidade de se manter entre os primeiros no Brasileirão. Ele enfatizou a importância de evitar desilusões e lidar com a exigência do calendário.
Sobre a base, Ceni destacou a importância do novo centro de treinamento para atrair e desenvolver talentos, visando um modelo de sustentabilidade financeira através da formação de jogadores.
O treinador ponderou sobre sua fama de polêmico, afirmando ser apenas uma pessoa de opinião. Ele também expressou sua paixão pelo trabalho e a necessidade de um propósito na vida.
Ceni admitiu ter mudado de ideia sobre ser treinador, reconhecendo a dificuldade da profissão e a responsabilidade de gerir pessoas. Ele comparou a pressão da função com a de goleiro, destacando os desafios e as recompensas da carreira.
Quanto à música, Ceni revelou sua preferência pelo rock, influenciado por seus irmãos, mas também aprecia Fagner, Zé Ramalho, Lumineers, Noa Khan e música country.
Sobre superstições, ele mencionou sua preferência por meias brancas e por começar os jogos defendendo o gol da torcida.
Ceni também falou sobre sua paixão pelo tênis, que considera uma terapia mental, e sobre sua rotina antes dos jogos, que inclui análise de vídeos e estratégias.
Em relação ao futebol brasileiro no cenário mundial, Ceni acredita que houve uma evolução, impulsionada pelo poder aquisitivo dos clubes e pelo retorno de jogadores experientes.
Ao comentar sobre sua renovação de contrato com o Bahia até 2027, Ceni expressou sua gratidão ao clube e sua satisfação em trabalhar em um projeto de longo prazo.
Questionado sobre a possibilidade de trabalhar na Europa, Ceni admitiu ser um sonho distante, mas que o Grupo City poderia viabilizar essa oportunidade no futuro.
Sobre o jogo com os pés dos goleiros do Bahia, Ceni ressaltou a importância dessa habilidade no futebol moderno, que proporciona superioridade numérica e novas opções de construção de jogo.
Ao ser questionado sobre a dificuldade em vencer o Flamengo, Ceni reconheceu a qualidade do time carioca, mas expressou o desejo de superar esse desafio no futuro.
Ceni avalia trabalho no Bahia e projeta futuro em entrevista exclusiva