Fluminense: Reunião de SAF gera polêmica

O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, convoca reunião do Conselho Deliberativo nesta segunda-feira à noite para atualizar o processo de transformação do clube em SAF. O encontro, que terá transmissão da FluTV pelo YouTube, visa apresentar os estudos do BTG, banco que assessora o clube. A expectativa é de que sejam esclarecidas questões como o valor da dívida, estimado em R$ 800 milhões, e o volume de investimentos previstos. A reunião, marcada para as 19h30 nas Laranjeiras, gera grande expectativa e tem motivado protestos de torcedores, tanto opositores antigos quanto recentes da gestão Bittencourt.

Bittencourt, com forte influência no clube devido a seus dois mandatos e à conquista da Libertadores, busca aprovar a SAF em meio a acusações de conflito de interesses. O BTG, contratado em 2022 para assessoria financeira e avaliação do clube – que o presidente estima em pelo menos R$ 2 bilhões –, inicialmente trabalhava com um modelo que manteria o Fluminense no controle acionário, mas precisou revisá-lo.

O processo tem causado desgaste interno e divisões entre aliados de Bittencourt. Luís Monteagudo, ex-coordenador de campanha e funcionário do clube, foi demitido após organizar uma reunião para discutir a SAF. Monteagudo questiona a possibilidade de Bittencourt se tornar CEO da futura SAF, cargo que, segundo informações, teria remuneração mensal e mandato de cinco anos, renováveis. Ele e outros 33 sócios pedem uma “regra de quarentena” de seis anos para impedir que gestores assumam cargos na SAF.

Monteagudo afirma que o contrato inicial com o BTG não previa a SAF e que Bittencourt mudou de postura ao longo do processo, passando de crítico à defensor do modelo. Ele compara a situação com a do Fortaleza, cujo ex-presidente e atual CEO, Marcelo Paz, teria utilizado a SAF para se manter no poder.

Procurado, o Fluminense afirmou que prestará esclarecimentos na reunião. Em dezembro, Bittencourt negou ter colocado como condição se tornar CEO da SAF, afirmando que aceitaria o cargo caso o investidor o considerasse apto. Citou os casos de Fortaleza e Atlético-MG e disse que seus interesses pessoais nunca estiveram acima do clube.

Matheus Montenegro, vice-presidente e possível sucessor de Bittencourt, afirmou que o escolheria para gerir a SAF, mas que o tema ainda não foi discutido. Ambos atribuem as críticas ao período eleitoral.

O advogado Ademar Arrais, opositor de longa data de Bittencourt, questiona a participação do presidente e do BTG no processo, lembrando as SAFs de Botafogo e Vasco. Defende um amplo debate, auditoria prévia e estudos técnicos independentes. Arrais também critica a figura do “investidor tricolor”, argumentando que investidores defendem seus próprios interesses.

Um grupo de sócios entrou com ação para impedir que Bittencourt se torne CEO da SAF e exigir transparência no processo. O clube reagiu informando que a reunião será transmitida online. Montenegro defendeu os ritos do processo, afirmando que o objetivo é preservar o clube social e os esportes olímpicos, além de equacionar a dívida e permitir investimentos no futebol.

Sérgio Poggi, outro opositor, critica a falta de transparência e debate e a pressa na condução do tema em ano eleitoral. Ele defende a criação de grupos de interesse para discutir o processo e questiona o papel do Conselho Deliberativo, que considera uma instância meramente homologatória.

O Fluminense se compromete a apresentar os detalhes do processo aos Conselhos Diretor, Deliberativo e Fiscal, e posteriormente à Assembleia Geral para aprovação.

Confira a íntegra da coletiva de Renato após a vitória do Fluminense

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