A Associação do Futebol Argentino (AFA) estuda alterar o formato do Campeonato Argentino a partir de 2025, utilizando um ranking acumulativo desde 2021 para classificar equipes à Libertadores e Sul-Americana. A proposta, ainda não oficial, considera os resultados do Campeonato Argentino e competições internacionais. Clubes como River Plate e Boca Juniors, campeões argentinos recentes, e outros com boas campanhas continentais, como Vélez e Racing, seriam beneficiados. A AFA, caso aprove a mudança, seria pioneira entre federações nacionais a usar tal sistema.
Este debate ocorre em meio a tensões entre AFA e governo argentino. Recentemente, o presidente do Estudiantes criticou a disparidade financeira entre os campeonatos argentino e brasileiro, defendendo a implementação de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) na Argentina. A premiação de US$ 500 mil para o campeão argentino, o Vélez, é significativamente menor que a da Série B brasileira.
O tema das SAFs é central nessa discussão. Proibidas na Argentina, um decreto presidencial quase permitiu sua implementação, gerando atrito com a AFA. No Brasil, as SAFs têm incentivos fiscais. A intervenção governamental na AFA contraria normas da FIFA, que proíbe interferência estatal em federações. A recente reeleição do presidente da AFA também foi questionada pela Inspeção-Geral da Justiça argentina, e o governo respondeu revogando benefícios fiscais dos clubes.
Pablo Solari e Jorge Figal disputam a bola no clássico entre River Plate e Boca Juniors — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
